As impressoras 3D são capazes de
imprimir diversos objetos e estão cada vez mais avançadas, mas um setor das
cópias tridimensionais segue na infância: as canetas 3D. Essas canetas escrevem
em superfícies ou mesmo no ar, usando plástico derretido em vez de tinta. A
tecnologia lembra um pouco as massinhas de moldar para crianças.
"Se você quer diversão, desenhar um modelo por prazer, para isso
serve a 3Dsimo", afirma David Paskevic, estudante de eletrônica da
República Checa que desenvolveu a primeira caneta 3D da Europa. "A
imaginação é o limite", diz o jovem cientista.
A 3Dsimo é a terceira caneta desse tipo em todo o mundo. Com o tamanho e
o peso de um pequeno secador de cabelos, ela desenha com pedaços finos de
plástico, que parecem um espaguete brilhante e colorido.
A caneta derrete o plástico, formando uma espécie de "tinta"
que seca ao entrar em contato com o ar. Assim é possível desenhar modelos de
plástico em uma superfície plana, mas também no próprio ar.
Vários
tipos de plástico
Segundo Paskevic, até o momento
existem três canetas 3D. A primeira, chamada de 3Doodler, foi criada em Boston,
e a segunda foi desenvolvida na China.
"O
grande avanço da nossa caneta é que ela escreve no ar com bioplásticos, como
ácido poliláctico (PLA), e também com termoplásticos, como acrilonitrila
butadieno estireno (ABS), além de poder ser abastecida com qualquer outro
material plástico", afirma o pesquisador.
Paskevic conta que as demais
canetas em desenvolvimento trabalham somente com plásticos ABS porque funcionam
em temperatura e velocidade fixas. Mas, na 3Dsimo, a temperatura pode ser
ajustada entre 0 e 260 graus Celsius, e, por isso, a caneta pode ser abastecida
com materiais plásticos que tenham pontos de fusão diferente.
As canetas ainda não estão
disponíveis em larga escala no mercado, mas já é possível comprá-las pela
internet. A americana 3Doodler, por exemplo, está sendo vendida no site de
crowdfunding Kickstarter, enquanto a 3Dsimo pode ser achada no site Indiegogo.
Em ambos os casos, o período de espera para receber o produto é de quatro
meses.
Criações e
patente
Numa sala branca e luminosa da Biblioteca Nacional Tecnológica em Praga,
Paskevic mostra uma série de miniaturas produzidas por ele – óculos, uma
pequena árvore, um dinossauro, a Torre Eiffel, um avião. Todas foram desenhadas
a mão, afirma o pesquisador.
Apesar da inovação, a 3Dsimo
ainda não foi patenteada, pois para conseguir a patente de design industrial é
necessário paralisar toda a pesquisa e atividades de promoção por sete meses,
enquanto corre o processo de registro.
Segundo Paskevic, a paralisação
das atividades poderia ser fatal devido à rapidez do mundo da impressão em 3D.
"Cada mês de espera pode custar uma ideia. Se nós tivermos de esperar sete
meses, pode aparecer outro produto bem parecido com o nosso e seria impossível
comercializar nossa ideia", afirma.
A tecnologia ainda está no início, e mais canetas devem surgir no
futuro. No momento, elas parecem mais com brinquedos. Mas, quando a tecnologia
estiver mais avançada, poderão, quem sabe, ser utilizadas também por designers,
arquitetos e outros profissionais.

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